segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Maiden's Kiss

Quantas vezes você se pegou lambendo as feridas?
Quantas vezes chorou sozinho e com medo, acuado pela escuridão?
Quantas vezes deixou de seguir um sonho e de arriscar tudo?
E quantas vezes entregou seu corpo futilmente pra guardar seus segredos, calar a mente? Mas quantas vezes entregou seu ser, de fato?
E quantas vezes será que não foi em silêncio, adorado por quem tanto bem te queria?
Quantas lágrimas não tirou? De quanto medo será que não foi a causa? E de quantos prazeres vazios não foi você, o segredo?
 Quantas vezes não foi um abraço, a máxima expressão do medo de perder até o que não se tem?
E quantos beijos não lhe extasiaram a carne enquanto alguém controlava os impulsos mais primitivos só pra jamais lhe afastar?
Quantas vezes, alguém não abriu mão do próprio sorriso, da própria segurança, do próprio conforto só pra ver o seu resplandecer? E abriu mão dos instintos e do egoísmo só pela tua Glória?
Quantas vezes, você tentou ver naquela decadência toda, consequências nervosas, saia curta e botas longas demais a Donzela que entregava lhe quaisquer forças que inda pudesse juntar dos seus restos e tudo o que tinha, confiança, caráter e sentimento?
Quantas vezes você pode ver, a ingenuidade de querer proteger a ti com a ausência?
Quantas vezes você pode notar que em virtude à admiração que tu cativas, jamais partiria dela qualquer ousadia que ultrapassasse o limite da intimidade?
Quantas vezes você pode ver a Donzela a lhe beijar por trás dos olhos manchados, que se traem quando você chega perto?
Quantas noites, tentou chegar aos seus sonhos que mais que o sorriso inseguro e a donzela docemente apaixonada, trancada no coração de um monstro havia na distância, a essência da alma selvagem, filha dos Lobos e irmã dos Ursos, abençoada pelo voo das águias e pela atenção cega dos Morcegos amando não como amam os homens, que amam essencialmente a presença, o toque, o instinto... E sim como amam as feras muito antigas, que choram sorrindo e sabem viver com cicatrizes, mas não suportariam ver a infelicidade, o rancor e o desprezo de quem tanto bem quer.


Um comentário:

  1. Parece eu escrevendo, ta desabafando no papel senhorita?

    gostei do texto, fiquei perdido na parte dos animais, achei fora do contexto, ou nao entendi a proposta

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