segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Conexão Selvagem.


Por vezes, inda insisto nessa pequena obsessão chamada “passado”
Que as vezes veste o manto fúnebre da tristeza e me sufocar os sentidos num cortejo de agonias
Mas agora é apenas saudade...
Simples e calada, pacífica como aquelas noites de fantasia e ternura
Nenhum olho havia sido coberto pela poeira do tempo
E cada íris negra ocultava um Universo cujo brilho tão puro se equiparava à beleza do Céu a nos proteger em Liberdade
A Lua transformava homens em silhuetas brilhantes, iguais e cercados de Luz
Mas enquanto o vento regia uma canção de uivos, piares e farfalhar de folhas, minhas pupilas dilatadas continuavam capazes de enxergar as cores do Universo desses olhares.
E um dia a névoa do tempo foi tornando aquelas noites cada vez mais disformes e cobertas com o véu de dias depois
E fomos levados pra longe, longe.
E no alto do penhasco eu era incapaz de chorar ou sentir medo e então me sentei sozinha por horas e horas em silêncio, noite após noite apenas ouvindo o que me diziam através do vento e da água da chuva
Até que enfim, o sibilar da serpente chegou.
E a solidão do Lobo que caminha em meio ao Gelo cessou com um Uivo soprando as verdades que o vento levou.
E então, humildemente me ajoelhei aos pés da Terra e por entre o tempo, lancei mil vezes meu Espírito para que respeitosamente o mantenha Seguro e no Caminho terno do Amor
E que o meu Lobo uive ao teus ouvidos a Gratidão de tudo aquilo que me destes.
E então em meu peito resta apenas o Saber e a memória carinhosa é apenas Paz, não pelo caminho triste que se separou mas pela marca que deixou pro futuro.
Eu ainda ouço as Vozes ao Vento e o Farfalhar das folhas, o Uivo ao longe, o piar da coruja, o correr da água serão pra sempre a nossa Música.

Nenhum comentário:

Postar um comentário