quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Demônio Impessoal.

Eu preciso exteriorizar essa visão que tem me atormentado as noites, já não tenho paz por se quer um segundo por conta dessa imagem que se fixou na mente com as coisas que os ventos me sopraram aos ouvidos, rasgando-me o espírito e erguendo de sua tumba maldita

O Demônio Impessoal


Adormecido estava. Até que aquela noite
Estava a sussurar-lhe ao ouvido, entre as pessoas
E minha mente o invoca, a carne sente o toque rançoso
Em mim, a voz daquele demônio ressoa.

Semanas e inda agora, em magistral desespero
Lanço aos Ventos
Choro, estraçalho, me calo
Escondo e sorrio, cresce a semente dos meus lamentos.

A carne branca hoje se torna disforme
Mas, depois de levarem-me a dignidade
Que há de convencer-m que o valor
Do homem é maior que de um porco à se expor?

Ali mostram-se as entranhas. Aqui, a memória latente
“Porque Deus? Porque que eu? A pensar por toda gente
E carregar a triste sina
De tantas mulheres e meninas”

Ninguém sabe o que houve, nem há de convir saber
Resta ao expectador emudecido contemplar
As cicatrizes, feridas e o vazio suspiro
Até que se desfaça a memória desse imundo ser maldito.

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