segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Desintegra.
Imprevisível, e talvez por isso tão bonita.
Vida.
Bonita como o fogo a devorar esse corpo e meus ossos a serem moídos.
Do pó ao pó.
Bonito...
Como as entranhas da Terra a me receberem de volta após a desintegração metafísica de cada átomo meu.
E como a brisa que me conduz a dançar docemente entre as folhas e o perfume das flores, com o espírito agora tão livre, minha metamorfose transcende os limites do terreno.
Brisa, que se aproveita de seu melodioso e triste canto a se tornar um murmúrio agudo a lamentar-se nas janelas noturnas e vai assim tão docemente e suave, encaminhando minhas lembranças ao Mar.
E deixa-me entregue às ondas de uma Imensidão não mais azul e sim salpicada de estrelas. No auge de sua alva beleza Diana contempla poderosa e impassível o Mar que abaixo de si, retraí e avança como as memórias que quebraram violentas se estilhaçando em milhões de fragmentos à atingir-me o encéfalo.
Agora não dói, apenas inunda, amacia e silencia até que a Mente se perca em toda profundidade do Oceano.
E assim sela-se o sepulcro da minha existência que não simplesmente se apaga mas torna-se novamente imprevisível.
Em cada flor bailando, a cada semente germinada, a cada dia cheirando à chuva, a cada tempestade a rugir, à tímida luz do luar a tocar esse mundo, eu vivo.
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