Hoje completam-se 163 anos da morte do Mestre da Literatura Fantástica e Gótica, Edgar Allan Poe e como fã e absolutamente apaixonada que sou, homenageio o gênio com um dos poemas mais belos, idealistas e ainda assim carregado de verdade da história. Um poema clichê sim, e que foi a minha porta de entrada para que fosse da simples leitura fantásticas à uma paixão completa por Literatura.
Obrigada Poe, por iluminar o meu caminho até nomes como Augusto dos Anjos, Machado de Assis, Marques de Sade e Goethe, até se aprofundar em Lord Byron, Maquiavel e Nietzsche.
E foi das coisas que amei sozinha, que nasceu meus melhor saber.
Obrigada Poe, por ter deixado mais do que Obras! Por ter deixado traçados caminhos para a expansão da mente e da alma. Por ter deixado por meio do conhecimento, palavras das quais, condensadas jorra experiência de vida.
“Um sonho num sonho”
Este beijo em sua fronte deponho
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
Ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria
O que vejo, o que sou e suponho
Não é mais do que um sonho num sonho.
Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minhas mãos grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tao poucos! Mas me fogem, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! Meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto nas mãos, tanto e tanto?
Ah! Meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?
O que vejo, o que sou e suponho
será apenas um sonho num sonho?